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Por um Grão

Com André Grecco


Dramaturgia e Encenação de Sidmar Gomes



 

Um artista plástico acorda angustiado por não recordar do rosto que acompanha as diversas silhuetas dos corpos reais por ele ilustrados. Uma existência que traz em si a vontade do conhecer-se a partir do tentar relembrar do rosto (alma) daqueles que pintou (se relacionou) ao longo de seus 37 anos. Encurralado dentro de seu quarto sufocante, o personagem refugia-se durante algumas horas da noite dentro de si mesmo.
Para Marcelo, ser artista é emprestar sua alma desconhecida às formas vazias do outro. A partir da alegoria das silhuetas de rostos esquecidos, das formas vazias do outro, pretende-se construir a metáfora máxima de tal dramaturgia: do rosto em seus detalhes peculiares como meio indispensável para o acesso daquilo que se determina como alma. Entendendo-se por esse termo algo único e íntimo, aquilo que vemos quando olhamos para dentro, quando olhamos para trás de nós - tomando de empréstimo as sensações de Alberto Caeiro, dada à liquidez das relações atuais.



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